Olá
Pessoal! Estou aqui para contar a vocês um pouco da minha experiência de
leitura da escritora Clarice Lispector, experiência esta que fiquei encantada
com sua forma de escrita. Aí, vocês podem até pensar: “Você não conhecia
Clarice Lispector? ” A resposta seria:
conhecia sim, pois, fiz faculdade de letras e estudamos sobre diversos
escritores, assim como também lemos algumas obras. Só que muitas vezes são
feitos seminários em que cada grupo apresenta o escritor, e alguma obra
pertencente a ele, e muitas vezes só liamos a obra ao qual ficamos responsáveis
até por a questão de tempo também. Então como estamos em meio a está pandemia,
resolvi aproveitar melhor meu tempo para ler algumas obras literárias
clássicas. Foi então que me deparei com a obra de Clarice Lispector “A hora da
estrela”, ao qual irei falar sobre a leitura, mas antes é necessário
conhecermos melhor um pouco de quem foi Clarice Lispector.
A
escritora Clarice Lispector nasceu em 10 de dezembro de 1920 na Ucrânia, porém
era considerada brasileira, já que veio para o Brasil com seus pais quando era
bem pequena ainda, por conta de uma Guerra Civil Russa foram obrigados a
fugirem. Moraram, algum tempo em Alagoas, onde a irmã de sua mãe morava. Foi
então, que em 1929 mudaram-se para o Recife onde ela passou sua infância. Aprendeu
ler e escrever muito nova, começando assim a escrever pequenos contos. Quando
tinha 9 anos de idade perdeu a mãe vítima de uma doença chamada sífilis. Aos 12
anos mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, ingressou em um colégio e
passou a ser uma frequentadora assídua na biblioteca.
Em
1941 terminou o segundo grau e ingressou na faculdade, e cursou direito, logo
após foi redatora da Agência Nacional e depois do jornal A Noite. Em 1943
casou-se com um colega de turma chamado Maury Gurgel. Neste mesmo ano publicou
seu livro chamado “Perto do coração Selvagem” onde retrata a visão interior do
mundo da adolescência. Logo após, publicou diversos livros, viajou para fora do
país acompanhando seu marido e teve dois filhos. Em 1959 se separou do marido,
veio para o Rio de Janeiro novamente, com seus dois filhos e começou a
trabalhar no Jornal Correio da manhã e também em outros diários. Publicou mais
livros e recebeu prêmios. Em 9 de dezembro de 1977, um dia antes de seu aniversário
faleceu. Porém, no mesmo ano do seu falecimento escreveu “Hora da estrela” sua
última obra publicada e que vamos conhecer um pouquinho dela.
Biografia baseada no site:https://www.ebiografia.com/clarice_lispector/
Biografia baseada no site:https://www.ebiografia.com/clarice_lispector/
Resenha
A
hora da estrela é um livro curto com poucas páginas que dá para lermos em
apenas um dia, porém a escrita da autora é fascinante. A história é contada
através de um narrador - personagem que se identifica como Rodrigo S.M., e que
muitas vezes se idêntica com a personagem principal Macabéa. Muitas vezes gosta
dela, outras vezes não concorda com ela, evidenciando características próprias
da Clarice Lispector.
A
história começa com Rodrigo S.M. retardando a narração da vida Macabéa, pois o
mesmo começa a indagar acerca de várias coisas, inclusive sobre a vida e o
escrever, como podemos ver neste pequeno trecho: “Porque escrevo? Antes de tudo porque captei o espirito da língua e
assim às vezes a forma é que faz conteúdo. ” (p.18)
Então
ele começa a narrar a vida de Macabéa que era tida como incompetente para vida
ou digamos assim, era uma azarada. Ela era uma pessoa que não tinhas mais pai
nem mãe, pois haviam falecido. Então vivia com sua tia, que logo depois, chegou
a falecer ao qual era seu único elo no mundo. Saiu de Alagoas depois do
falecimento de sua tia e mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi morar em uma
pensão bastante simples com mais quatro colegas todas chamadas Maria. Uma Maria
da Penha, Maria Aparecida, Maria José e Maria apenas. Já na nova cidade, ela conseguiu
um emprego como datilógrafa. Nas suas horas livres ficava ouvindo o rádio
relógio, e ansiando para poder receber seu salário e ir ao cinema, além de
tomar sua boa Coca-Cola.
Macabéa
era uma mulher que vivia em miséria, passava seus dias todos nem nada, era como
se fosse algo inútil que não tinha valor nenhum. Porém, não tinha consciência que
sua vida era desta forma, pois se conformava com tudo, achando até que era
realmente feliz vivia como estivesse no mundo da lua.
Com
o tempo, ela conheceu um jovem, chamado Olímpico de Jesus era um metalúrgico e também
nordestino, porém muito diferente dela em suas atitudes. Ele era um homem
bastante ambicioso em relação ao seu futuro, além de fingir sempre que sabia de
tudo. Porém, apesar de sair vários dias com ela, não demorou para que lhe
abandonasse, trocando-a por sua colega de trabalho a Glória. Inclusive no
término dele com ela o mesmo insinua que ela é como um “cabelo na sopa”, ela
ficou desesperada só que buscava não transparecer para as outras pessoas. Então
a colega de trabalho Glória, sugeriu que ela fosse a uma cartomante para saber
mais um pouco sobre o que poderia acontecer na sua vida. Foi e a mulher prevê
um futuro maravilhoso para ela, foi como seus olhos se abrissem, passando a ter
a esperança de um futuro bem melhor e assim vê sua hora da estrela chegar.
Ao ler esta obra tive grande impacto ao
descobrir o grande final de Macabéa, além de me levar a algumas reflexões,
indagações sobre a vida. Será que muitas vezes não estamos tendo uma vida como
a dessa jovem? Nos conformando com nossa forma de viver, sem esperança e sem
perceber que podemos ter um futuro brilhante e quando descobrirmos pode ser
tarde, assim como foi para ela. Algo bastante
interessante nas obras de Clarice é que nos faz refletir, muitas vezes até nos
colocamos no lugar do personagem ou até mesmo sentirmos parecidos com eles.
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